Faz pouco mais de um ano que a inteligência artificial generativa (GenAI, na sigla em inglês) ganhou destaque com seu poder de criar imagens, vídeos, códigos e textos de forma autônoma. Este ano de 2024 tende a ser caracterizado por uma transição: as empresas de tecnologia estão atualizando seus softwares e serviços com GenAI, oferecendo benefícios para todos os setores da economia, especialmente a indústria de Tecnologia, Mídia e Entretenimento e Telecomunicações (TMT).
Esta é uma das prioridades que se apresentam para o setor, segundo a pesquisa global “TMT Predictions 2024”, elaborada pela Deloitte, a organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. O estudo aponta que as organizações devem estar atentas tanto na evolução da tecnologia quanto nas regulamentações que vão surgir, buscando alinhamento com as tendências globais.
“As rápidas transformações no cenário global de TMT abrem portas para tendências que impulsionarão a eficiência, a inovação e a lucratividade. No Brasil, destacamos o crescimento exponencial da IA generativa, com a tramitação de projetos de lei para o avanço de regulamentações”, afirma Matheus Rodrigues, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.
Há outras questões relevantes no radar, como aponta o trabalho. Uma delas é a sustentabilidade.
É provável que 2023 tenha sido o ano mais quente de que há registro na história, e parte importante da comunidade científica está convencida de que a taxa de aquecimento está acelerando – assim como a dependência humana de dispositivos tecnológicos, serviços e conexões. E a tecnologia pode participar do combate às mudanças climáticas, na medida em que pode oferecer mais eficiência para outras indústrias.
Uma resposta para esse desafio está na sustentabilidade, analisada a partir de três perspectivas: industrial (seu valor em semicondutores, telecomunicações e tecnologia agrícola), tecnológica (sua capacidade de acompanhar metas de sustentabilidade) e de autossuficiência (sua capacidade de lidar com a escassez de materiais importantes por meio da reciclagem de lixo eletrônico).
À medida que mais dispositivos tecnológicos e conexões mais rápidas são produzidos, as empresas devem considerar a redução da energia e das matérias-primas necessárias. Isso requer inovação e comprometimento. A tecnologia e a conectividade podem ajudar a resolver problemas enormes, como por exemplo alimentar a população crescente, mesmo em um cenário com menos água e energia.
É em reação a esse contexto que as previsões de vendas de softwares de relatórios ESG devem alcançar uma taxa composta de crescimento anual entre 19% e 30% nos próximos cinco anos. Os próximos meses serão decisivos para o segmento, que deverá alcançar uma receita de US$ 1 bilhão em todo o mundo.
“A sustentabilidade ganha destaque, aproveitando o diferencial competitivo do País em energia limpa”, avalia Rodrigues.
Num cenário de mudanças aceleradas, que apresenta desafios e oportunidades em larga escala, monetizar as atividades em mídia, entretenimento e esportes representa um desafio, já que muitas empresas do setor estão lidando com suas próprias incertezas, especialmente sobre como ganhar dinheiro à medida que a TV paga diminui, o streaming ganha usuários (mas perde dinheiro) e os jogos mudam o cenário do entretenimento.
No segmento de Mídia, Entretenimento e Esportes, o mercado nacional busca sua própria narrativa, especialmente no streaming, aponta o sócio-líder da Deloitte. “Enquanto isso, a tecnologia de conectividade direta do satélite ao celular verá maturação global nos próximos anos, e o País, com sua vasta extensão territorial, emerge como um candidato ideal para impulsionar essa inovação”, detalha.